MARIA, Luiza de. O que é conto. 2.
ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
Este livro emprestado da Biblioteca Pública de Santa Catarina traz informações interessantes sobre CONTOS.
A autora nos faz uma introdução ao universo do conto e provoca com a pergunta: o que é conto?
No entanto, a resposta não vem de graça (risos), ela vem por meio da reflexão de quem lê a obra.
Maria (1986) diz que quem conta um conto aumenta um ponto e já nos convida a conhecer ou lembrar da história "As mil e uma noites" e mais especificamente de Sherazade que para não morrer conta um conto dia após dia até que "Conquista o coração do rei valendo-se da arte de contar histórias" (MARIA, 1986, p. 7).
Se formos pensar na história da humanidade e nas histórias que ouvimos ao longo da vida, iremos lembrar de pessoas reunidas ao redor de uma fogueira e compartilhando histórias, ou então em grupos em diferentes espaços como: igrejas, escolas, praças, bares, entre outros.
As reuniões sempre acontecem para narrar oralmente uma história vivida, ouvida ou inventada... agrupamento para matar o tempo... histórias são narradas contendo bichos, lendas, mitos...
Aqueles que viveram dos anos 70 pra cá podem lembrar de uma personagem famosa de Monteiro Lobato, a Dona Benta, ela representa essa pessoa que senta para contar histórias e ao seu redor estão muito ouvintes e interagentes.
No livro, Maria (1986, p. 10) diz:
O conto como forma simples, expressão do maravilhoso, linguagem que fala de prodígios fantásticos, oralmente transmitido de gerações a gerações e o conto adquirido de uma formulação artística, literária, escorregando do domínio coletivo da linguagem para o universo do estilo individual de um certo escritor.
Temos então o conto popular, o conto artístico, o conto maravilhoso ou conto de fadas, ...
A autora nos afirma que o conto hoje é uma forma aberta para experimentos e inovações.
Nos indica a leitura de:
- Gui de Maupassant;
- Edgar Allan Poe;
- Mário de Andrade;
- Lima Barreto;
- Machado de Assis;
- Arthur Oscar Lopes;
- Guimarães Rosa;
- Clarice Lispector;
- Rubem Fonseca;
- Dalton Trevisan;
- João Antônio;
- Victor Giudice;
- Moacyr Scliar;
- Roberto Drummond;
- Ignácio de Loyola Brandão;
- Edilberto Coutinho;
- Jefferson Ribeiro de Andrade;
- Deonísio da Silva;
- Domingos Pellegrini Jr.;
- Osman Lins;
- Autran Dourado;
- Nélida Piñon;
- Samuel Rawet;
- José Montello;
- Lygia Fagundes Telles;
- Salim Miguel;
- Caio Fernando Abreu;
- Luís Gonzaga Vieira;
- Jorge Luís Borges;
- Dostoiévsky;
- Tchekhov;
- Pirandello;
- Miguel Torga;
- Julio Cortázar;
Para teoria:
- Julio Cortázar – “Alguns aspectos do conto”; “Do conto breve e seus arredores” (Valise de Cronópio);
- Guimarães Rosa – ler os 4 prefácios de Tutaméia;
- Luís Gonzaga Vieira – “A situação do conto” (Encontros com a civilização brasileira, n. 20, 1979);
- R. Magalhães Júnior – A arte do conto;
- Gilberto Mendonça Teles – N. 18 da Revista Letras de Hoje, dez. 1974 (PUC/RGS) – Para uma teoria do conto;
- Maria Consuelo Cunha Campos – Sobre o conto brasileiro, 1977;
- AntonioHohlfedt – Conto brasileiro contemporâneo, 1981;
- Wladimir Propp – conto popular – Morphologiedu Conte;
- Victor Chklovski – SurlaThéorie de la Prose;
- Teoria da literatura – formalistas russos;
- Roland Barthes – O prazer do texto;
- Umberto Eco – Obra aberta;
- Octavio Paz – O arco e a lira;
- Hugo Friedrich – Estrutura da Lírica Moderna;
- Jan Mukarovsky – Escritos sobre estética e semiótica da arte;
- Luiz Costa Lima – Mímesis e modernidade;
- Robert Stam – O espetáculo interrompido.
“Mudam-se as maneiras do contar, alteram-se as funções do contar, inventam-se novas formas do contar, mas persiste, irrevogável, o fascínio de CONTAR. E tudo isso é, ou não é, CONTO? (MARIA, 1986, p. 96).
Convido a todos para conhecer o Blog da Oficina Literária Boca de Leão. Lá teremos discussões sobre este livro.
Link: https://oficinaliterariabocadeleao.wordpress.com/
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