A noite está calma, o céu está escuro e pontilhado
de estrelas. No entanto, uma estrela brilha forte, destacando-se. Muitos a
observam, alguns em seus lares, outros em desertos, outros em viagens e três
grandes personagens buscam orientar-se em seu caminho. A estrela brilha forte,
novamente. Corta o céu e direciona o trajeto dos três. São reis e levam
presentes em suas mãos. Chegam onde ao final do risco traçado no céu pela
estrela. Os três encontram um lugar humilde, um lugar diferente e estranho para
o que procura. É uma estrebaria, será que seguiram o sinal correto? Entram e
encontram um pai, uma mãe e o bebê. O pequeno estava em um berço improvisado.
Era o local onde se colocava a ração dos gados. Forrado para o conforto da
criança, este foi o local dos primeiros dias de um grande rei. Visitantes
chegaram e ofertaram suas riquezas ao até então príncipe. O príncipe da paz. Ele
cresceu. Foi batizado por seu grande discípulo e amigo. Fez proezas, grandes
atos, até inacreditáveis. Trouxe visão, andar, vida e muito mais. O amor deste
grande homem era incompreendido. Os incrédulos de seus atos o julgaram. Foi posto
ao lado de um criminoso e louco. A grande multidão escolheu a loucura e
condenou um homem de bem. Sua sentença foi a morte. Sua grande caminhada até o
local da caveira foi dolorida, humilhante, de grande horror. Sua mãe, pobre
mulher, viu tudo e não pode sequer ajudar. O que ela podia fazer contra o poder
máximo que o condenou àquela situação? Ela chorava e sofria, sentiu a dor do
filho. Grande mulher. O cordeiro, mudo, foi levado ao matadouro. Em seus ombros
todos os castigos, toda a maldade, todas as dores, era muito peso para um único
homem carregar. Foi muito açoitado, maltratado, seu corpo era dilacerado. Caiu muito
no caminho até o local onde teria seus últimos momentos de dores. Subiu o monte.
Chegou ao seu tribunal. Seu corpo foi exposto, rasgaram suas vestes. O horror
apenas começava, suas mãos foram traspassadas, seus pés sofreram o horror do
metal perfurando e o prendendo no madeiro. Disseram ao rei uma coroa. Em sua
cabeça foi afixiada uma coroa de espinhos, o sangue escorria em sua face. Foi erguido
e pendurado no alto do monte, para que todos o observassem. Quanto horror,
quanto sofrimento. Choro vertido em sangue. Até que ponto um corpo humano agüenta
até seu último fôlego sair de seus pulmões e tudo o mais ser entregue ao
destino imposto? A morte. Ele não estava só. De um lado tinha um criminoso que
não se arrependia de nada que havia feito até ali. Julgado e rendido, ele só
fazia era esperar a morte anunciada. A maldade continuava em seu coração. Do outro
lado tinha outro homem, julgado de pena de morte. Este outro se arrependia e
olhou para o amigo do centro e perguntou se eles iriam se encontrar novamente. O
príncipe crucificado diz que naquele mesmo dia eles estariam face a face com o
Grande Eu Sou e lá não haveria mais choro nem ranger de dentes. Em breve, todo
o sofrimento acabaria. O cálice não foi passado adiante, ele precisou beber
toda a dor do mundo e levar consigo. Um último fôlego foi expirado e seu
espírito voltou ao paraíso. Do alto céu o Pai chorou e suas gotas lacrimais tornaram-se
uma grandiosa chuva terrena. Foi traspassado mais uma vez, uma lança perfurou
seu lado para a certificação da falta de vida. O sangue não verteu. Fim. Os mortos
foram sepultados. O príncipe da paz foi entregue aos seus. Levaram-no para um
sepulcro onde envolto em linho, bálsamos e reparos funerários foi entregue ao
descanso. A pedra cerrou o túmulo. Três dias após, um grande susto. Onde está o
corpo? Ele não está morto e vive. Reina ao lado do grande Pai de amor. Continua
a ouvir aos que precisam de sua ajuda. Opera as mesmas maravilhas. No entanto,
muitos continuam a renegar este amor. Vai entender. Ele espera para que um dia
cada um de nós vá visitá-lo eternamente e viver das grandiosidades e belezas do
seu reino e com todos os que já estão felizes a cantar e rejubilar a vitória da
cruz.
Autor: Evandro Jair Duarte
28 de agosto de 2011